terça-feira, 28 de abril de 2009

A Lagoa de Araruama ainda resiste

Concessionárias de esgoto vão despoluir a Lagoa de Araruama

As concessionárias de esgoto da Região dos Lagos terão que implantar até o próximo verão um sistema para a retirada de lodo que está retido no fundo da Lagoa de Araruama. Luiz Firmino Martins, presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foi quem anunciou, nesta segunda-feira, na primeira audiência pública de 2009 da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

De acordo com Firmino, as concessionárias deverão apresentar, anteriormente, os projetos para serem aprovados e os sistemas terão de estar funcionando já no próximo verão. Durante a audiência, o presidente apresentou um histórico da situação da Lagoa e das ações feitas pelo Inea. Ele destacou ainda a importância da melhoria do estado do corpo hídrico, que requer uma instalação de uma rede separativa de esgoto para a região.

Firmino lembrou também, por meio do Pacto de Saneamento, que o governo vem estimulando recursos do Fecam e 70% do FUNDRHI para projetos e implantação de sistema de esgoto. A reunião foi transmitida ao vivo pela TV Alerj e contou com a presença de representantes de prefeituras e ONGs. Os participantes puderam formular perguntas às autoridades. O encontro teve como tema a busca de soluções para os problemas ambientais da Região dos Lagos.

Fonte: Sidney Rezende

Enviado por: Blog Carioca - Categoria: Meio Ambiente, Política

Cabo Frio precisa dar valor ao que se tem.


Temos que reconhecer que alguns feitos na área do meio ambiente, como a demarcação e da criação de planos de manejo de parques municipais , não deixou de vir como uma boa notícia para a questão ambiental da cidade. Mas, ainda estamos "engatinhando" em relação ao que dispomos em biodiversidades.

Precisa ser reconhecido e mais explorado o lado ecoturístico de Cabo Frio .

Temos uma biodiversidade marinha riquíssima e uma ampla diversidade ambiental ,a qual ,se encontra ameaçada pelo crescimento desordenado e o desrespeito à patrimônios naturais.

As dunas costeiras de Cabo Frio constituem o mais importante registro ativo eólico do sudeste brasileiro. A areia que forma as dunas tem origem nos depósitos marinhos adjacentes, de onde são removidos e lançados na praia pela ação das ondas. A zona de alimentação das dunas migratórias de Cabo Frio está localizada na área das praias do Forte, das Dunas e do Foguete.

A Duna Dama Branca apresenta uma altura de 33 metros. Sua movimentação é lenta e gradual, soterrando a planície costeira coberta por vegetação de restinga. Além da excepcional beleza geológica e paisagística, a Duna Dama Branca é a maior duna isolada do sudeste brasileiro.A duna Dama Branca, por sua importância e singularidade, foi tombada pelo INEPAC - Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Tombamento Provisório em 11.03.1985 e Definitivo em 08.04.1988). O tombamento foi um marco para a preservação do patrimônio natural na Região dos Lagos que foi, desta forma, resguardado para todos nós.
Sobre o tombamento, o INEPAC faz as seguintes considerações:
"Filhas da sedimentação marinha e do vento nordeste, essas formações de areia são únicas no Estado, como ecossistema ímpar, patrimônio botânico e paisagem, com exceção das áreas militares da Marambaia. Há orquídeas e filodendros que só ali vicejam, amarradas pela vegetação da restinga ou varridas pelos ventos que as esculpem e as desfazem sem parar. Símbolo de identidade da região, à imagem da mais famosa entre elas, a Duna-Mãe, conhecida pelo povo como Dama Branca, é circundada por verdadeiros corredores de dunas, a ela paralelos, móveis ou já fixadas por vegetação de restinga. O tombamento resultou de estudo realizado com a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente / Feema."
Neste local, a areia e o vento seguem seu trabalho, esculpindo uma nova paisagem a cada instante. Somos privilegiados: este momento da natureza é só nosso. Amanhã outros serão brindados com um novo espetáculo.
(www.drm.rj.gov.br)

Conforme a Agência Rio de Notícias,durante vistorias em cidades como Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo em 2008 e 2009, membros da comissão detectaram uma série de irregularidades, tais como construções erguidas ilegalmente, esgoto a céu aberto, assoreamento indevido de lagos e rios e construção de casas em faixas marginais de proteção.

Cabo Frio se diz uma cidade turística , nesse caso,o que se vê então é que está " cuspindo no prato que se come". Como cada "jardim é reflexo do jardineiro" , muitos não respeitam o próprio chão e se acham no direito de se lamentar depois.Tem que se ter a consciência de que a cidade que pode nos alimentar todos os dias através de emprego, é mais importante que a ilusão vamos dizer de uma caixa de leite de apenas alguns dias, é aquela velha estória que dizem de brasileiro não saber votar ; na verdade,acho que não se valoriza o voto como se devia e, o preocupante são as consequências.




Lagoas Costeiras da Restinga de Cabo Frio


Na restinga de Cabo Frio, que se estende do sul do canal de Itajuru, em Cabo Frio, até a praia do Pontal, em Arraial do Cabo, estão diversas lagoas que tem se mantido em completo anonimato.

São lagoas pequenas, rasas e em geral de coloração escura. Saindo da cidade de Cabo Frio, depara-se com as lagoas Última, Rasa e do Meio, posicionadas entre a praia das Dunas e a estrada que liga Cabo Frio a Arraial do Cabo. Entremeada entre as dunas da área tombada da “Dama Branca” aparecem lagoas rasas e diminutas. Todas elas são abastecidas por água do lençol freático. Seguem-se as lagoas de Barra Nova e Beber, ambas no município de Arraial do Cabo, assentadas junto à estrada RJ-102, que liga Arraial a Cabo Frio, por detrás das praias do Foguete e Pontal. A última lagoa chama-se Prainha ou Verde. Trata-se de uma pequena lagoa de restinga dentro da área urbana de Arraial do Cabo, em frente a Prainha.

A principal ameaça a estas lagoas é a perda de área devido à drenagem e aos aterros dos loteamentos, bem como o lançamento de lixo. Recentemente, o Ministério Público assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com a Secretaria estadual de Meio Ambiente e a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) para delimitação, a partir de abril de 2004, da orla e faixa marginal das lagoas do Meio, Rasa, Última, Barra Nova, de Beber e Prainha. A Lei Orgânica de Cabo Frio considera as lagoas Última, Rasa e do Meio como de preservação permanente (art 167 e VII), assim como a faixa marginal de proteção (art 166, IV).

Fonte:http://www.lagossaojoao.org.br

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A vegetação e a flora da região de Cabo Frio


Dorothy Sue Dunn de Araujo 
Professor Adjunto
Instituto de Biologia - UFRJ
e-mail: dotaraujo@globo.com

A região de Cabo Frio é muito especial no contexto do sudeste brasileiro, tanto em termos de clima quanto de vegetação e flora, razão pela qual foi escolhida pelo WWF/IUCN como um dos 12 Centros de Diversidade Vegetal do Brasil (Araujo, 1997). É a região do litoral fluminense onde chove menos anualmente (ca. 900mm), em parte, devido ao fenômeno da ressurgência.

Existe uma grande riqueza de habitats em Cabo Frio, desde extensas restingas e altas dunas até grandes lagunas e depósitos aluviais, maciços costeiros das penínsulas de Armação de Búzios e Cabo Frio e serras mais acidentadas como a de Sapiatiba. A extensa planície marinha de Massambaba separa a laguna de Araruama do mar, apresentando um sistema duplo de cordões arenosos, sobreposto por um campo de dunas, de orientação nordeste-sudoeste e não raramente ultrapassando 20m de altura. As planícies aluviais mais expressivas da região estão localizadas nas bacias dos rios Una e São João. Próximo à Serra das Emerenças, ocorrem depósitos arenosos de origem colúvio-aluvial. 

A cobertura vegetal da região de Cabo Frio reflete esta grande diversidade geomorfológico, além da história paleoevolutiva do sudeste brasileiro e o clima atual. É remanescente de uma vegetação existente durante os períodos glaciais do pleistoceno, mais secos e mais frios (Ab'Saber 1974).

O Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio engloba principalmente formações de restinga, da mata atlântica e do tipo arbóreo-baixo que recobre os maciços litorâneos compreendidos entre Arraial do Cabo e Armação de Búzios, bem como mangues e ambientes inundáveis (brejos e margens de lagoas). Possui uma rica flora com interessantes ligações fitogeográficas e diversas espécies endêmicas.

Os maciços litorâneos da região estão cobertos por uma mata baixa (3 m de altura em média) nas vertentes mais expostas à salsugem e aos ventos marinhos, composta de árvores densas de troncos finos. Em locais mais protegidos do vento, em grotões úmidos ou nas serras mais afastadas do mar (e.g., Serra de Sapiatiba), a vegetação assume um porte mais robusto, semelhante à mata atlântica baixo-montana (Rizzini, 1979). 

Uma espécie marcante destes morros litorâneos é o cacto endêmico, Pilosocereus ulei, encontrada somente na região de Cabo Frio e que simboliza o carater xerófilo da vegetação. Outras espécies exibem uma distribuição disjunta entre Cabo Frio e a caatinga nordestina, sugerindo antigas ligações entre estas duas regiões durante o período mais seco do Pleistoceno. Estas são as leguminosas Bauhinia albicans e Machaerium leucopterum (Lima, 2000) e a bela trepadeira de flores amarelas, Skytanthus hancorniaefolius (Apocynaceae).

Na planície colúvio-aluvial, a formação florestal é mais exuberante do que a vegetação xerófila dos morros. As árvores atingem, em média 10m de altura, com indivíduos emergentes de até 17m de altura. Porem, esta região sofre de um período seco nos meses de junho a agosto, quando boa parte das árvores perdem suas folhas. O pau brasil, Caesalpinia echinata, a espécie mais famosa da região, é componente destas matas, como são também outras espécies arbóreas que ocorrem nas formações florestais estacionais do semi-árido brasileiro (e.g., Parapitadenia pterosperma, Lonchocarpus virgilioides - Lima 2000). No subbosque estas matas, a rubiácea endemica a região, Faramea brachyloba. 

As formações vegetais das restingas e dunas da região variam de herbáceas e rasteiras na beira da praia até florestais nos cordões arenosos mais antigos, incluindo a tipica formação arbustiva aberta das dunas de Massambaba, Dama Branca e Peró. As duas remanescentes de mata de restinga (não inundada ou seca) mais bem preservadas na região são encontradas em Jacarepiá, na extremidade oeste da restinga de Massambaba, e na Estação de Rádio da Marinha, próximo ao rio Una. A primeira, alem de ser habitat do mico-leão dourado, abriga diversas espécies da flora endêmcias as restingas fluminenses (e.g., Algernonia obovata, Calathea dorothyae, Neoregelia eltoniana, Serjania fluminensis).

Nas dunas, no meio das moitas de vegetação de variados tamanhos, são encontradas também espécies raras e de interesse fitogeográfico. É o caso de Lithraea brasiliensis, espécie da família das anacardiáceas que é muito comum nas restingas de Rio Grande do Sul, mas só é encontrada nas terras fluminenses em Cabo Frio. Nos baixios mais úmidos entre as dunas, onde se forma matas baixas criando um ambiente sombreado, são encontradas populações da vistosa bromélia endemica, Vriesea sucrei, e outro pequeno arbusto endemico da família das quaresmeiras (Mouriri arenicola). Outras espécies da flora de Cabo Frio são mais tolerantes, sendo encontradas tanto nas restingas quanto nas encostas dos morros litorâneos (e.g., Cryptanthus acaulis, Capparidastrum brasilianum, Swartzia glazioviana, Erythroxylum glazioui, Inga maritima, Ouratea luschnathiana, Passiflora farneyi). 

O levantamento da flora vascular dos maciços litorâneos e planícies arenosas da região de Cabo Frio ainda está na sua fase preliminar. Mesmo assim, já foram registradas mais de 600 espécies nas restingas (Araujo 2000) e ca. de 300 nas encostas dos morros e outros tipos de habitat (Araujo et al. 1998). Estes valores certamente irão aumentar substancialmente com os estudos que vem sendo realizados na região por parte da UFRJ e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Resta saber se vamos ter a oportunidade de conhecer a totalidade da riqueza florística deste Centro de Diversidade Vegetal antes que as atividades do homem acabem extinguindo espécies que nem sequer foram conhecidas e que possam exercer papel fundamental nos ecossistemas.
Referências

Ab'Saber, A.N. 1974. O domínio morfoclimático semi-árido das caatingas brasileiras. Geomorfologia 43: 1-39.
Araujo, D.S.D. 1997. Cabo Frio Region. In: Davis et al. (eds.) Centres of Plant Diversity. WWF/IUCN, Oxford, p. 373-375.
Araujo, D.S.D., H.C.Lima, P.R.C.Farag, A.Q.Lobão, C.F.C.Sá & B.C.Kurtz. 1998 O Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio: levantamento preliminary da flora. In: Simpósio de Ecossistemas Brasilieras, 4, Águas de Lindoia, SP. Anais, v.3.p.147-157.
Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do Estado do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado, PPGE-UFRJ.
Lima, H.C. 2000 Leguminosas arbóreas da mata atlântica. Tese de Doutorado. PPGE-UFRJ.
Rizzini, C.T. 1979. Tratado de fitogeografia do Brasil. São Paulo, Hucitec, v.2. 374 p.
 

Filo Echinodermata (Equinodermos)




Anatomia de um ouriço


O Filo Echinodermata compreende todos os animais marinhos invertebrados que são cobertos por espinhos, ou por um endoesqueleto calcário. Alguns exemplos são a estrela-do-mar, ouriço-do-mar, pepino-do-mar, etc. Os animais deste filo são muito simples, não apresentam muita evolução. Seu sistema nervoso é muito reduzido, não possuem qualquer tipo de órgão sensorial especializado, embora alguns tenham algumas células olfativas e tácteis. Em sua maioria, têm o corpo com simetria radial, ou seja, seu corpo é dividido em duas metades iguais. Há ainda os pentarradiais, com 5 partes iguais (maioria das estralas-do-mar).

Os animais equinodermos se assemelham muito com os do Filo Chordata, pois têm um Celoma verdadeiro, e por serem deuterostômios (o orifício embrionário chamado blastóporo origina o ânus). 

O seu sistema circulatório é hidrovascular, presente somente nesse filo. Porém também apresentam o sistema hemal e peri-hemal, que são parcialmente ligados ao celoma (cavidade interna do animal). O sistema digestivo é completo, com boca e ânus. Na bolacha-da-praia e ouriços ainda é possível encontrar uma estrutura mastigadora formada por cinco "dentes", chamada de Lanterna de Aristóteles, movidos por músculos.

O Sistema Ambulacrário (locomoção)

A locomoção é o grande diferencial deste filo. Utilizam um sistema chamado Ambulacrário. Esse sistema consiste em a água do mar entrar no corpo do indivíduo, através da placa madrepóritca (uma placa circular com vários poros), e circular em canais (canal pétreo) dentro do corpo. 

Cada canal emite numerosas ampolas, das quais partem os pés embulacrários. A água penetra pela placa madrepórica, percorre todo o sistema e é eliminada pelos terminais dos canais radiais. Ao passar pelas ampolas, pode ser compelida (por pressão com os músculos) a entrar nos pés ambulacrários, que se estufam para a frente. Como esses pés possuem ventosas nas extremidades, isso pode permitir ao animal fixar-se num substrato ou reter um alimento. A contração de outros músculos pode devolver a água às ampolas, determinando a retração dos pés ambulacrários. 

As classes em que os Equinodermos se dividem são:

- Echinoidea
- Asteroidea
- Ophiuroidea
- Holothuroidea
- Crinoidea


Dicas para você agir com consciência ambiental




 

- Em águas rasas, evite o uso de nadadeiras pois se movimentadas bruscamente provocam a quebra de organismos e a suspensão de sedimentos.

- Observe e se informe sobre os horários e ciclos de marés a fim de evitar situações imprevistas e perigosas.

- Comprar e comercializar artesanato produzido com corais é proibido por lei*.

- Ao visitar um ambiente natural, deposite o lixo em local apropriado ou leve-o de volta.

- A pesca só pode ser praticada com licença do órgão competente, não sendo permitida em algumas Unidades de Conservação. Evite o uso de arpão e espeto, pois afugenta a fauna.

- Não colete nada, leve do ambiente recifal apenas memórias e fotografias.

- Informe-se sobre as normas de uso das Unidades de Conservação visitadas e respeite os regulamentos.

- Alimentar peixes com sobras e outros alimentos humanos prejudica a saúde dos mesmos.

- Fundeie a embarcação na areia, pois jogar âncora sobre os recifes é proibido por lei*.

- Ao mergulhar em poças de maré ou áreas de pouca circulação, evite o uso de filtro solar, óleos e cremes, que prejudicam os animais marinhos.

- Os equipamentos de mergulho autônomo devem ser mantidos perto do corpo do mergulhador para que os mesmos não destruam os corais.

- Não pise e nem toque nos corais, eles são animais muito frágeis. A agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos e adubos químicos, responsáveis pela contaminação de alimentos e cursos d'água. Seus insumos são rochas moídas, restos de vegetais, estercos e humus de minhoca.

- Na agricultura orgânica a vegetação nativa é tão importante quanto os campos de cultura, pois preservam a água e os inimigos naturais das pragas.

- Na natureza existem venenos e remédios naturais que podem ser usados nas culturas reduzindo o impacto e a contaminação dos alimentos.

- Sendo possível, procure consumir alimentos orgânicos: são mais saborosos, cheirosos, coloridos e duráveis.

- Animais já podem ser tratados com homeopatia, que reduz custos e não contaminam a carne, leite e ovos.

- As joaninhas se alimentam de pulgões, que atacam as culturas. A utilização maciça de agrotóxicos no combate aos insetos que atacam as plantações desequilibra o ambiente natural, por matar inclusive animais como elas. O produtor agrícola tem aliados na própria natureza.

- Minhocas são indispensáveis para um solo fértil. Onde houver minhocas "trabalhando" existirá um bom solo para produção de hortaliças e mudas para reflorestamento.

- O desenvolvimento sustentável propõe a utilização responsável dos recursos naturais, a adoção de tecnologias adequadas e minimamente impactantes e a democratização dos processos que decidem o uso dos recursos naturais.

Colaboração: Wellington Eduardo Araújo Rocha (wellingtonear@banconordeste.gov.br)

Rodovia BR-319(Manaus/AM - Porto Velho/RO): Ibama disponibiliza EIA/RIMA para divulgação







Conforme publicado no Diário Oficial da União de 07/04/2009, e retificado em 09/04/2009, o Ibama realizará Audiências Públicas para discussão do Estudo de Impacto Ambiental das obras de pavimentação/reconstrução da BR-319, entre os Km 250 e 655,7, que tem como objetivo a interligação terrestre entre Manaus/AM e Porto Velho/RO.

As Audiências Públicas ocorrerão nas seguintes datas, horários e locais: 1- Humaitá/AM: no dia 22/04/2009, a partir das 19:00 horas, no Ginásio da Escola Municipal Irmã Carmem, localizado na rua Travessa das Castanheiras, s/nº, Bairro São Pedro, nessa cidade; 2- Porto Velho/RO: no dia 23/04/2009, a partir das 19:00 horas, no Instituto Luterano de Ensino Superior - ULBRA, localizado na rua João Goulart, nº 666, Bairro Mato Grosso, nessa cidade; 3- Careiro/AM: no dia 27/04/2009, a partir das 19:00 horas, no Ginásio da Prefeitura Municipal, localizado em frente à Praça dos Três Poderes, nessa cidade; e 4- Manaus/AM: no dia 28/04/2009, a partir das 19:00 horas, no Studio 5 Festival Mall, localizado na Avenida Rodrigo Otávio, nº 3555, Distrito Industrial, nessa cidade.

Para publicidade do EIA/RIMA, o Ibama, desde 02 de março de 2009, disponibilizou cópias dos Estudos Ambientais aos vários órgãos interessados, incluindo as Superintendências Estaduais do Ibama em Rondônia e no Amazonas, Instituto Chico Mendes - ICMBio, Intituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas-IPAAM, Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Rondônia-SEDAM, Fundação Nacional do Índio-Funai, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, Ministério da Saúde, e Prefeituras Municipais de Borba/AM, Humaitá /AM, Manicoré/AM, Canutama/AM, Careiro/AM, Careiro da Várzea/AM, Manaquiri/AM, Manaus/AM e Porto Velho/RO.

Nesta fase do processo de licenciamento ambiental, a discussão dos resultados do EIA/RIMA torna-se fundamental para as análises técnicas para verificação da viabilidade ambiental e possibilidade de Licença Prévia do empreendimento, considerando-se os impactos ambientais diretos e indiretos da instalação e operação da rodovia, bem como as medidas e Programas Ambientais propostos para mitigação/redução dessas interferências negativas.

Destacam-se também os resultados do Grupo de Trabalho instituído pelo Ministério do Meio Ambiente, com a proposição de várias ações governamentais para prevenção dos principais impactos negativos previstos, como o possível avanço do desmatamento do entorno, inclusive em Unidades de Conservação, ocupação desordenada e grilagem de áreas públicas, entre outras . 

Fonte: Ibama - www.ibama.gov.br

ONGs repudiam MP que dispensa licenciamento ambiental para asfaltar rodovias [15/04/2009 17:34]


Um grupo de organizações não governamentais divulgou nota pública repudiando a aprovação na última segunda-feira (13/4), pela Câmara dos Deputados de uma emenda à Medida Provisória nº 452/08, sobre o Fundo Soberano do Brasil (FSB, que dispensa do licenciamento ambiental prévio a pavimentação de rodovias.



As instituições que assinam a carta consideram inaceitável a alteração, em especial porque na Amazônia está comprovado que o asfaltamento é diretamente responsável pelo processo de desmatamento. A nota das organizações também coloca em questão a prioridade dada pelo governo federal à pavimentação da Rodovia Manaus-Porto Velho (BR-319), considerada inviável. 

"Enquanto as várias rodovias que cortam a Amazônia se encontram em estado crítico de conservação, penalizando milhões de pessoas que dependem delas para a sobrevivência, o ministro dos transportes desvia toda a capacidade de investimento do ministério para abrir outra frente, expondo o coração da Amazônia à grilagem e ao desmatamento", avalia o coordenador do Isntituto Socioambiental, Marcio Santilli. 

A nota foi encaminhada à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento e ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Leia abaixo a íntegra da nota.


NOTA PÚBLICA SOBRE PAVIMENTAÇÃO DE ESTRADAS NA AMAZÔNIA

As organizações abaixo assinadas manifestam-se totalmente contrárias à tentativa de extinguir o licenciamento ambiental para pavimentação de estradas abertas conforme previsto no projeto de lei de conversão da medida provisória 452/2008 aprovado ontem (14/04) pela Câmara dos Deputados. A proposta pretende burlar a Constituição Federal, uma vez que é notório que o impacto maior ocorre após a pavimentação.

Do mesmo modo consideramos inaceitável o asfaltamento da BR 319, obra sem viabilidade ou justificativa comprovadas, desconectada de qualquer projeto de desenvolvimento regional. A prioridade dada a essa estrada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) atende interesses outros que não a ligação entre duas capitais do norte do país. O asfaltamento da BR 319 servirá apenas para abrir a região mais remota e preservada da Amazônia à ocupação desordenada, além de deteriorar, via forte pressão migratória, a qualidade de vida da cidade de Manaus. 

A pavimentação de estradas é o maior vetor de desmatamentos na Amazônia. Historicamente 75% dos desmatamentos da região ocorreram ao longo das rodovias pavimentadas, como ocorreu na Belém-Brasília (BR 010), na Cuiabá-Porto Velho (BR 364) e no trecho matogrossense da Cuiabá-Santarém (BR 163) . O simples anúncio do asfaltamento já é suficiente para estimular o desmatamento e a grilagem, como ocorreu na BR 163, apontada como modelo de implementaçao de infra-estrutura viária na amazônia, mas, ainda assim, uma das regiões onde o desmatamento mais cresceu nos últimos anos.

Essas iniciativas ameaçam a sustentabilidade da região e põem em risco as metas de redução de desmatamento assumidas pelo governo brasileiro no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.


Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - FBOMS


AGB Associacao dos Geografos Brasileiros


Amigos da Terra – Amazônia Brasileira


Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - AGAPAN


Associação Potiguar Amigos da Natureza - ASPOAN


Bicuda Ecológica


Conservação Internacional


ECOA – Ecologia e Ação


Fórum Carajás


Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento - FORMAD


Fórum Permanente de Defesa da Amazônia Ocidental


Fundação Vitória Amazônica - FVA


Greenpeace


Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBA


Grupo de Trabalho Amazônico - GTA


Instittuto de Estudos Socioeconomicos (INESC)


Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)


Instittuto Onça-Pintada


Instituto Centro de Vida (ICV)


Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM)


Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON)


Instituto Ipanema

Instituto Socioambiental (ISA)


Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental


Movimento Baía Viva


Preserve Amazônia


Projeto Saude & Alegria


Rede Alerta Contra o Deserto Verde RJ


Rede Ambiental do Piauí - REAPI


Sociedade Angrense de Proteção Ecológica - SAPE


SOS Mata Atlântica


The Nature Conservancy (TNC)


Verdejar Protecao Ambiental e Humanismo


Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz


WWF Brasil                   

                                       Fonte:ISA, Instituto Socioambiental

A ONG Rã-bugio vem ajudando o governo na difícil tarefa de preservar nossa biodiversidade


O Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade é uma ONG ambientalista, com sede em Jaraguá do Sul, SC. O trabalho voluntário do casal Elza e Germano Woehl Jr. vêm desenvolvendo projetos de educação ambiental na região de Jaraguá do Sul, SC desde 1998. 

O instituto criado por eles atua em rede com escolas do ensino fundamental e médio para promover a Educação Ambiental focada na conscientização das crianças e adolescentes sobre a importância dos serviços ambientais das áreas remanescentes de Mata Atlântica, sobretudo na proteção dos mananciais e da rica biodiversidade. 

Trabalhos como esses são vitais para a conservação dos anfíbios, animais muito ameaçados com o aquecimento global.Fonte:http://www.biojornal.blogger.com.br/

Gestão de resíduos sólidos – mais do que uma tendência, uma necessidade

A questão do lixo e sua destinação continua sendo uma das principais preocupações dos governantes e da sociedade. 

Em Minas Gerais foi assinada, na última sexta-feira (24), uma carta convênio de Cooperação Técnica para o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado de Minas Gerais. Estiveram presentes na assinatura do acordo os secretários de Estado do Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, e do Meio Ambiente, José Carlos de Carvalho, além do diretor do BID para o Brasil, José Carlos Miranda e do representante do BID no Brasil, José Luis Lupo, diretores do BDMG, entre outras autoridades.

O convênio visa incentivar o Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU), para erradicação dos lixões no Estado. Serão selecionados municípios para a implantação de projetos-pilotos para operação e monitoramento de instalações para o tratamento e disposição dos resíduos. Estão previstos ainda consórcios públicos entre municípios para implantação desses sistemas de gerenciamento.

A iniciativa prevê ainda, o suporte por meio de consultorias técnicas e jurídicas, para a criação de consórcios públicos entre municípios destinados à implantação do GIRSU. 

Seminário no Paraná

Em Londrina (PR), começou ontem (26), o seminário Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais e de Serviços de Saúde. Realizado em parceria entre o Ministério Público do Paraná, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o evento envolve representantes de órgãos públicos, gestores de resíduos sólidos, institutos de pesquisa e extensão, universidades, organizações não-governamentais, técnicos, consultores, empresários, pesquisadores, professores e estudantes.

Os debates iniciam hoje. A tarde de ontem foi dedicada a uma oficina para construção de aquecedor solar com materiais recicláveis.Fonte:Ambiente Brasil 27/4/2009

Satélites estrangeiros vão monitorar queimadas no Brasil

Satélites estrangeiros vão monitorar queimadas no Brasil Volume de focos de incêndio aumentou 25% desde 2006, informa o instituto de pesquisas espa



SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, São Paulo - Dois novos satélites vão ajudar no monitoramento de queimadas no País neste ano. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou na última quinta-feira, 9, que o satélite europeu MSG-02 e o americano GOES-10 vão passar pelo Brasil e captar as imagens de focos de incêndios. 
  Desde janeiro, o número de focos de incêndio já teve um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2006. Na Amazônia, a situação é ainda pior: volume de queimadas já subiu 39%.
Apenas 1 dos 11 satélites que estão em operação, o NOAA-12, detectou neste ano 25.290 focos, sendo 16 mil na Amazônia. "Esses dois novos satélites vão permitir mais qualidade no serviço de monitoramento das queimadas. Vamos saber mais sobre a destruição", informou o pesquisador do Departamento de Queimadas do Inpe Alberto Setzer.
Campeão em queimadas no mundo, o Brasil também é o país que mais utiliza satélites para monitorar tais condições. O trabalho do Inpe de detectar os focos de calor começou em 1987. Os 11 satélites geram centenas de imagens, atualizadas sete vezes por dia. 

 Esse monitoramento, que pode ser acompanhado pela internet, auxilia, por exemplo, o Ibama no acompanhamento da situação de risco em florestas, ajudando o Corpo de Bombeiros no combate às queimadas. Ao todo, cerca de 2 mil usuários entre instituições, universidade e pessoas físicas recebem as informações dos satélites diariamente. AE - Agencia Estado 26/04/2009 ( O Estadão)


domingo, 26 de abril de 2009

Projeto Horta Escolar ganha adeptos e merenda orgânica ganha cada vez mais espaço




Reunidos em Brasília secretários de 59 municípios brasileiros assinaram termos de compromisso para participação no projeto Educando com a Horta Escolar. A assinatura ocorreu durante o 2º Encontro Nacional do Projeto que será encerra hoje (24).

Desde 2005 o projeto financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) tem como objetivo conscientizar jovens estudantes do ensino público sobre meio ambiente e hábitos alimentares.

Os municípios de Bagé (RS), Saubara (BA) e Santo Antônio do Descoberto (GO) já desenvolvem o projeto de forma experimental. Durante o encontro o representante da FAO no Brasil José Tubino, afirmou que o objetivo do projeto vai além da produção de hortas, visa também o desenvolvimento pedagógico dos alunos.

Merenda orgânica

No Paraná tramita na Assembléia Legislativa do Paraná um projeto de lei que institui a merenda escolar orgânica nas escolas públicas do estado. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e seguiu no último dia 1º para a Comissão de Educação. 

De autoria dos deputados Luiz Eduardo Cheida (PMDB), Luciana Rafagnin e Elton Welter (PT), a prosposta pode beneficiar diretamente meio milhão de pessoas nas 2.110 escolas do estado e mais de 5.300 agricultores orgânicos
.Fonte: AmbienteBrasil

UnB produz seda de aranha em laboratório



Criar materiais que aliem a resistência, a flexibilidade e a leveza das teias de aranha é objeto de desejo de estudiosos em todo o mundo. No Brasil, esse objetivo ficou mais palpável com uma pesquisa realizada no Instituto de Biologia (IB) da Universidade de Brasília (UnB).


A bióloga Betúlia de Morais Souto conseguiu produzir a seda desses animais utilizando as bactérias Escherichia Coli (encontradas na flora intestinal). A descoberta abre espaço para o desenvolvimento de suturas médicas empregadas em cirurgias e coletes à prova de balas, entre outras aplicações. “Poderemos deixá-las mais flexíveis, ou menos, da forma como desejarmos”, explica.

As bactérias funcionam como um importante instrumento para obter o material, uma vez que permitem a fabricação em quantidade controlada. O método evita a criação das aranhas em cativeiro, ambiente de difícil adaptação, além da dificuldade de retirar a seda diretamente do organismo dos animais.

Para chegar ao resultado, foi preciso inserir fragmentos de código genético do aracnídeo na bactéria. O processo, conhecido como tecnologia do DNA recombinante, consiste em enxertar os genes de modo que a estrutura orgânica do microrganismo produza as proteínas, com a multiplicação da E. Coli.Infográfico: Apoena Pinheiro/UnB Agência

FLEXIBILIDADE – O estudo da bióloga segue a mesma linha de outra pesquisa feita na UnB, também com a aranha Nephilengys, mas voltado para a identificação dos genes responsáveis pela produção dos diferentes tipos de sedas e suas características mecânicas, ambos sob orientação do pesquisador Elíbio Rech.

A pesquisa, uma tese de doutorado da cientista Daniela Matias Bittencourt, mostrou que o fio da moldura reúne a característica de esticar até 27,84% da sua dimensão e requerer força de 1 x 105 J kg-1 para se romper.

O kevlar, material usado na indústria aeroespacial, carros de corrida e coletes à prova de balas, extremamente resistente, possui extensabilidade de 5% e requer menos força, 3 X 104 J kg-1, para se partir.

Segundo Daniela, usar as proteínas da teia na indústria é apenas uma questão de tempo. “As qualidades mecânicas da seda são muito impressionantes. Com certeza vai trazer grandes possibilidades de produção de materiais com novas características mecânicas ”, diz.

Além de mais tecnologia para o mercado, Daniela visualiza benefícios à proteção do meio ambiente. “O kevlar vem do petróleo, que não é renovável. Mas se conseguirmos produzir proteínas tão resistentes quanto aquelas feitas em laboratório, teremos qualquer material de forma sustentável.”

PATENTE

- As seqüências utilizadas na transformação genética são responsáveis pela produção da seda. A UnB efetuou um pedido de patente que restringe aos estudiosos da universidade os estudos com esses fragmentos.

- Betúlia utilizou, na sua dissertação de mestrado, a seqüência genética responsável pela produção da seda de uma aranha nativa da Mata Atlântica, a Nephilengys cruentata, reforçando que a biodiversidade brasileira guarda excelentes oportunidades, tanto científicas quanto econômicas.
Aranha mais primitiva também tem seda

As caranguejeiras sempre foram tidas como rudimentares por caçarem no chão, apenas com suas patas. Além disso, seriam menos complexas por ter, ao contrário de outras espécies, apenas uma ou duas glândulas indiferenciadas de fios para fazer o casulo embaixo da terra ou em cima de arvores, com seda e folhas.

Apesar de suas características, essas aranhas terrestres ou arborícolas podem estar no início da cadeia evolutiva que deu origem às aranhas orbiculares, como a Nephilengys, que produzem a teia em orbital.

A pesquisa de Daniela descobriu nas caranguejeiras da floresta Amazônia, a Avicularia juruensis, seqüências referentes a sedas das aranhas que fazem teias. “Encontramos seda que nunca havia sido descrita nesse tipo de aranha”, conta Daniela. Pela primeira vez, esse conhecimento surge na literatura científica. 


CONTATO

Betúlia de Morais Souto pelo e-mail betuliasouto@gmail.com.

Daniela Matias de Carvalho Bittencourt e-mail bittencourt@cpafac.embrapa.br, bittencourt.dani@gmal.com.br

Perfil:

Betúlia de Morais Souto é mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB), onde também concluiu a graduação em Ciências Biológicas.

Daniela Matias de Carvalho Bittencourt é doutora e mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB). Graduou-se em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente é pesquisadora da Embrapa Acre.


Em busca de um futuro sustentável (25 / 04 / 2009 )







O Brasil é hoje um dos países mais influentes do mundo e, dos chamados Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), é o que menos sofre impactos da crise financeira global, segundo análises de instituições como o banco de investimentos Goldman Sachs. Isso significa que o país tem potencial para crescer e integrar-se cada vez mais ao mercado mundial. Também significa que, para manter esse ritmo, será preciso colocar em prática o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado no início de 2007. Mas será o melhor caminho para o desenvolvimento nacional?

É o que questionam organizações de defesa do meio ambiente. Segundo ambientalistas e lideranças indígenas, algumas das obras mais importantes do PAC podem gerar prejuízos irreversíveis em médio e longo prazos, com danos à Amazônia brasileira e às comunidades que vivem nela, além de provocar um crescimento exacerbado e descontrolado das áreas urbanas da região. A abertura de estradas e a construção de hidrelétricas são os temas mais polêmicos, e razão de conflitos há mais de 30 anos, a exemplo da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará.

"Até hoje essa questão está em discussão. Queremos contribuir com o homem branco para que tenhamos uma conversa honesta, um diálogo. A terra indígena Kayapó não será inundada por Belo Monte, mas temos interesse em discutir o projeto porque também somos responsáveis pela preservação do Rio Xingu e sabemos que a usina inundará outras áreas indígenas", explica o líder kayapó Paulinho Paiakan. Ele, ao lado de outras lideranças como Raoni, Marcos Terena e Ailton Krenak, organizou a famosa reunião com a Eletronorte em 1989.

A intenção do governo é leiloar Belo Monte ainda em 2009, depois de anos tentando reduzir os impactos da obra. Inicialmente, a usina alagaria uma área de 1.200 Km². Hoje, o projeto prevê a inundação de 440 Km². Ainda assim, as comunidades que serão afetadas não se sentem seguras. "A Eletronorte se comprometeu a nos manter informados, mas soube só agora que o leilão está previsto para 2009", diz Paiakan. A intenção de leiolar Belo Monte este ano foi anunciada em agosto do ano passado.

Outra obra que provoca polêmica é a reforma da BR 319, que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia. Nesta semana, em 22 de abril, a Justiça Federal adiou as audiências públicas agendas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para discutir os impactos etnoambientais da rodovia. A decisão estende o prazo para 90 dias, tempo para que as partes interessadas no assunto leiam o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental).

"Falta transparência no processo porque há uma dificuldade em acessar esses documentos. Por exemplo, o estudo da BR 319 foi divulgado no início de março, mas ainda não está no site do Ibama. Fizemos uma projeção e descobrimos que, se 0,5% da população de Manaus - o que não é nada - resolvesse consultar esses documentos na sedes regionais, o órgão demoraria 30 dias para atender a demanda. Isso pensando no melhor dos cenários. A sociedade não consegue se informar", alerta Raquel Carvalho, agrônoma da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.

Segundo a organização não-governamental, a estrada afeta diversas comunidades, inclusive indígenas, e não é um investimento vantajoso, pois os custos com a manutenção da rodovia são muito altos. Raquel explica que seria mais viável economicamente e muito menos danoso investir na modernização do Porto de Manaus e no transporte fluvial. Para o governo, no entanto, a revitalização da estrada significa a integração de duas cidades importantes na região, facilitando o trânsito da população e o escoamento de produção.

De acordo com informações preliminares de um estudo da Conservação Estratégica (CSF-Brasil), o custo de implantação das obras da BR 319 é de cerca de R$ 557 milhões e deve gerar prejuízos na ordem de R$ 351 milhões. O estudo mostra que a cada um real investido na obra, apenas 33 centavos trariam benefícios. Além disso, projeções da Universidade Federal de Minas Gerais estimam que as obras devem provocar o desmatamento de quatro milhões de hectares até 2030, o que equivale quase à área do Rio de Janeiro.

Povos isolados em risco - "Queremos o desenvolvimento do Brasil, mas não a qualquer custo, a custo do meio ambiente e dos povos indígenas", diz Ivaneide Bandeira, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, em Rondônia. Além da BR 319, Neidinha, como é conhecida, alerta que a BR 429 e a hidrelétrica do Rio Madeira também têm impactos em comunidades indígenas, inclusive grupos isolados.

"É preciso fazer um levantamento rigoroso e urgente nas duas regiões para identificar os índios isolados que serão impactados. Eles correm risco de morte, mas a Funai não tem recurso humano nem infra-estrutura para identificar esses grupos. É preciso fortalecer o órgão para ter condições de proteger essas áreas."

Filha de seringueiros, nascida no Acre, Neidinha trabalha no desenvolvimento de planos de gestão ambiental em terras indígenas. Segundo ela, é possível promover a sustentabilidade econômica dos povos sem gerar danos ao meio ambiente. "É necessário fazer um etnozoneamento dessas áreas para a partir daí pensar em um plano de gestão. Os índios Suruí fizeram isso e conseguiram se planejar para os próximos 50 anos", explica.

Para a coordenadora da Kanindé, as obras do PAC não representarem um real desenvolvimento para a região, levando apenas inchaço populacional das cidades, violência, invasão de terra, desmatamento, entre muitos outros problemas.

O líder indígena Almir Suruí, da reserva 7 de Setembro, também em Rondônia, preocupa-se com a segurança dos índios isolados. "O PAC é bastante divulgado pelo governo, que quer atrair a atenção dos eleitores por causa de 2010, que está aí. Mas a verdade é que não há respeito às comunidades que serão afetadas pelas obras. Sabemos que esses projetos podem trazer impactos socioambientais muito sérios. Qual é a sustentabilidade disso no futuro? E a vida dos povos isolados, não tem valor?", indaga. (Fonte: Júlia Magalhães/ Yahoo!)



Minc confirma R$48milhões para projetos ambientais na Região dos Lagos (14/04/2009)


Os municípios da Região dos Lagos, no RJ, vão receber R$ 48 milhões para novos projetos e cursos de preservação ambiental. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, confirmou a liberação do dinheiro na cerimônia de apresentação do plano de manejo da APA de Massambaba, entre Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, e da formação do consórcio dos municípios para instalação de um aterro sanitário, na divisa de Araruama e Saquarema. Minc elogiou os projetos já em andamento e os resultados obtidos e garantiu a continuidade dos trabalhos de preservação de áreas de conservação e de despoluição da Lagoa de Araruama – que no início deste ano sofreu com a mortandade de toneladas de peixes em conseqüência da decisão da Pró-Lagos de despejar esgoto in-natura na lagoa. O ministro do Meio Ambiente disse ainda que a medida é apenas “o ponta pé inicial”, e que ainda há muita coisa a fazer em prol da preservação das dunas, dos manguezais, das lagoas e unidades de conservação da Região dos Lagos. Fonte: Agência Brasil