terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pesquisa realiza controle biorracional de pragas

Uso de compostos naturais em atividades agrícolas reduz impacto sobre meio ambiente
A aplicação de inseticidas pode resolver a incidência de doenças em uma determinada lavoura, mas traz uma série de efeitos colaterais indesejáveis. Eliminar o inseto transmissor pode afetar a reprodução de outras espécies vegetais que dependem dele para a polinização. Além disso, resquícios dos químicos empregados aderem à planta e podem contaminar a alimentação humana, bem como rios e outros corpos d'água. A preocupação com essas questões fez surgir o conceito de controle biorracional de pragas, uma maneira de controlar o desenvolvimento de insetos sem exterminá-los com o uso de produtos sintéticos e seus derivados, procurando minimizar os impactos ambientais.

No Brasil, oito unidades de pesquisa de cinco Estados uniram-se para formar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Controle Biorracional de Insetos Pragas, com a proposta de desenvolver soluções de diversos problemas que atingem as plantações brasileiras.

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus de Rio Claro, e a Universidade de São Paulo (USP), com seus campi de Ribeirão Preto e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, são as quatro unidades paulistas que integram o instituto e recebem apoio da Fapesp e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) por meio da modalidade Temático-INCT. O instituto também é integrado pelas universidades federais do Paraná e de Sergipe e por duas unidades da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac): a Estação Experimental Sósthenes de Miranda, em São Sebastião do Passé (BA), e a Superintendência da Amazônia Oriental, em Belém (PA).

Uma das vantagens de utilizar compostos naturais no controle de pragas é retirar substâncias tóxicas dos processos ecológicos.

– A probabilidade de uma substância natural apresentar toxicidade a um inseto é pequena. Ela pode inibir o desenvolvimento de um determinado inseto, por exemplo, e isso poupa de produtos tóxicos o animal, o meio ambiente e o próprio ser humano, que consumirá alimentos vindos daquela planta – diz a coordenadora do INCT, Maria de Fátima das Graças Fernandes da Silva, professora do Departamento de Química da UFSCar.

Por serem mais familiares ao organismo, as substâncias naturais são metabolizadas mais facilmente, enquanto os produtos sintéticos podem acabar se acumulando. Isso ocorre porque os produtos de origem natural fazem parte de um processo de coevolução entre a planta e o inseto. No caso da aplicação de um inseticida sintético, a probabilidade dessa interação é bem menor.

As fontes de substâncias naturais não são somente as plantas, mas também fungos e bactérias, e o trabalho de pesquisa também envolve os mecanismos de interação entre insetos e plantas.

– É preciso entender por que o inseto vai até a planta, por que ele carrega a bactéria e por que essa bactéria se desenvolve bem no vegetal, provocando doença – explica a professora.

Uma abordagem como essa foi feita para entender a propagação da Xylella fastidiosa, bactéria causadora da clorose variegada de citros, popularmente conhecida como praga do amarelinho, e cujo vetor são pequenas cigarras da família Cicadellidae.

– Ao entender a interação química entre bactéria e planta, podemos desenvolver um metabólito que iniba a proliferação do patógeno no vegetal ou ainda buscar uma substância que controle a proliferação do inseto vetor – explicou Maria de Fátima.

O controle dos insetos é ambientalmente mais interessante do que a sua eliminação completa, de acordo com a pesquisadora, pois ele pode ser o vetor de uma doença para uma determinada planta e ao mesmo tempo o polinizador de outra. Portanto, eliminá-lo resultaria em perdas ambientais maiores na região em que o inseto desaparecesse.

Formigas famintas

Outro braço dessa pesquisa investiga a formiga-cortadeira (Atta sexdens rubropilosa), considerada praga de vários tipos de plantas. Para abordar o problema, a equipe da Unesp de Rio Claro estuda o comportamento social desses insetos e o grupo da UFSCar analisa os processos químicos envolvidos.
Uma das abordagens envolve um ataque indireto. Em vez de atingir as próprias formigas, uma substância desenvolvida no projeto elimina os fungos das quais elas se alimentam.

As formigas cortam as folhas das plantas e as levam para um compartimento do formigueiro. Nele, as folhas alimentam uma colônia de fungos que, por sua vez, alimenta toda a comunidade de insetos.

O produto desenvolvido na pesquisa pode ser aplicado sobre a planta ou sobre o solo e é absorvido pelo vegetal e se mistura à seiva, espalhando-se por toda a sua estrutura. O produto que fica nas folhas é recolhido pela formiga e, uma vez no formigueiro, inibe a proliferação do fungo.

Sem alimento suficiente, a colônia de insetos abandona a área deixando aquela plantação.

– Eliminar completamente a formiga não seria interessante, pois elas realizam funções importantes como a aeração do solo – explica Maria de Fátima.

A pesquisadora conta que foram desenvolvidos no âmbito do INCT dois produtos para combater a Xylella fastidiosa e um para o controle da formiga-cortadeira, que já despertaram o interesse de duas empresas. Os produtos deverão ser patenteados e comercializados.

Algumas dessas sustâncias são envolvidas em cápsulas de escala nanométrica. Esse encapsulamento imprime uma estabilidade muito maior ao princípio ativo, que dura mais e tem sua eficácia aumentada. Isso permite que ele seja aplicado em uma quantidade menor, gerando economia ao produtor agrícola.

Resistência dos produtores

O INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas também está colaborando com a eliminação de uma doença que atinge o mogno africano (Khaya ivorensis). Essa espécie fornecedora de madeira foi importada com o intuito de substituir o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), alvo da lagarta da mariposa Hypsipyla grandela.

Entretanto, embora resistente à mariposa, o mogno africano começou a ser alvo de um fungo que atinge o seu tronco e o deforma, inutilizando a parte comercialmente mais valiosa da planta. O trabalho conjunto com a Ceplac do Pará objetiva encontrar uma solução para o problema.

A pesquisa foca ainda em diversos tipos de lagartas que atacam lavouras. Estão em testes substâncias naturais que inibem o desenvolvimento de suas larvas ou que produzam insetos incapazes de atingir uma plantação.

Embora ambientalmente mais saudável, o controle biorracional de pragas enfrenta um grande obstáculo para sua aplicação: a resistência dos produtores rurais.

– Esse é o maior obstáculo, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Muitos produtores consideram mais fácil a aplicação de inseticidas e a eliminação completa do inseto causador do problema, ainda que ele seja importante para outras plantas e culturas – lamenta a pesquisadora.

Fonte:Canal Rural

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Repassando Ecosurfi. Palestra : Surfe nas Ondas da Sustentabilidade

Cerca de 30 pessoas participaram da apresentação da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente / Movimento Surfe Sustentável na Baixada Santista - SP

A palestra “Surfe nas ondas da sustentabilidade” que faz parte da fase de mobilização do Movimento Surfe Sustentável, apresentou os quatro eixos de atuação da proposta durante a I Mostra de Surf, Arte e Meio Ambiente que acontece desde o último mês na Praia Grande.

O público teve a oportunidade de conhecer o formato e a metodologia de articulação do Movimento, que traz a tona o conceito das responsabilidades humanas dos surfistas pelo cuidado com a área costeira articulando a Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente.

Entre os temas abordados para o subsidio de informações ao público, também foi apontado o panorama socioambiental que o litoral paulista se encontra. Comparações por meio de imagens e dados técnicos permitiu aos participantes a visualização da amplitude dos desafios e conflitos que a área costeira vai enfrentar com a intensificação das mudanças climáticas globais, sobretudo o litoral paulista.

Após as apresentações houve o sorteio de DVD’s e cartilhas cedidos pela campanha Oceanos do Greenpeace, que é um dos apoiadores do Movimento Surfe Sustentável.

A primeira fase de articulação Movimento conta com o apoio da Associação Ubatuba de Surf, Prefeitura Municipal de Ubatuba, Rede das Agendas 21 do Litoral Norte, Prefeitura de Ilha Comprida, SOS Mata Atlântica - Programa Costa Atlântica, Greenpeace – Campanha Oceanos, IBRASURF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento do Surf, Projeto Cine Surf, WWF – Brasil, I Mostra de Surf Arte e Meio Ambiente e o artista Erick Wilson.

São parceiros estratégicos do programa a Aliança por um mundo Responsável, Plural e Solidário e a Global Garbage.

Maiores informações sobre o Movimento acessem: www.surfsustentavel.org

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Marinha analisa se óleo nas praias tem origem de tanques de navios

A principal hipótese para as manchas de óleo que atingiram algumas praias de Cabo Frio e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, é de que o material tenha vazado de tanques de navios que estiveram na região. A informação foi divulgada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) nesta segunda-feira (9).

Técnicos do Instituto Almirante Paulo Moreira, órgão de pesquisas da Marinha, recolheram o material e encaminharam para a análise. A expectativa dos peritos é que o laudo fique pronto em 20 dias.

As praias das Dunas e do Forte, em Cabo Frio, e Prainha, Pontal e Foguete, em Arraial do Cabo, um dos principais destinos turísticos do estado, foram algumas das contaminadas pelas pelotas de óleo. Segundo os agentes do Inea, não houve necessidade de colocar boias de contenção porque a maior quantidade de óleo está espalhada na areia das praias. Apesar dos transtornos, o Inea confirma que o óleo não chegou a Búzios, também na Região dos Lagos.

Marinha monitora tráfego de navios – O Inea recomenda aos banhistas que tiveram partes do corpo sujas pelo óleo que façam a limpeza com o óleo de cozinha e não com o solvente, já que a substância pode causar intoxicação.

A Marinha está desde o final de semana monitorando o tráfego marítimo dos últimos quatro dias dos navios que estiveram no Rio e nas áreas próximas às praias afetadas. O objetivo é coletar material dessas embarcações e comparar com o óleo encontrado nas areias. De acordo com o órgão, o infrator será notificado e autuado nos termos da Lei Federal Nº 9.966 de 28/04/2000, que pode aplicar multas de R$ 7 mil a R$ 50 milhões de acordo com as proporções do derramamento de óleo. (Fonte: G1)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mancha de óleo e algas atinge Região dos Lagos

Um vazamento de origem desconhecida atingiu o litoral fluminense nesse domingo. Pelo menos cinco praias da Região dos Lagos foram afetadas.

Na Prainha, em Arraial do Cabo, uma das mais famosas da Região dos Lagos, as placas de óleo se espalharam por toda a faixa de areia. De longe, a água parecia limpa, mas de perto era possível ver as pequenas placas que chegavam à areia.

De acordo com a Capitania dos Portos, a mancha que se espalhou pela região foi vista por imagens de satélite. Durante todo o domingo, equipes colheram amostras, que serão enviadas para análise. A partir desse material, deve ser identificado de onde o óleo vazou. De acordo com Alcebíades Terra, Coordenador de Meio Ambiente de Cabo Frio, a Petrobras é a responsável por fazer esse estudo.

De acordo com o corpo de bombeiros, a mancha se estendeu por, pelo menos, cinco praias da região. Em Cabo Frio, a praia do Peró foi afetada. Bem próximo ao óleo, cinco pinguins foram encontrados mortos pelos banhistas.

A Petrobras diz que não tem qualquer relação com a mancha de óleo. A assessoria da empresa informou que a Marinha pediu ajuda para conter o material, mas ainda não sabe de onde partiu o vazamento. A Capitania dos Portos recolheu amostras que serão enviadas para análise. O laudo deve ficar pronto em 20 dias e a multa pelo despejo pode chegar a R$ 50 milhões.

Fonte : Noticiario regional http://intertvonline.globo.com/rj/noticias.php?id=10229

sábado, 7 de agosto de 2010

Geleira do tamanho de Manhattan se desprende da Groenlândia - Ciência - Notícia - VEJA.com

Geleira do tamanho de Manhattan se desprende da Groenlândia - Ciência - Notícia - VEJA.com

Projeto Ingá Sustentável dá força às ações socioambientais em Itu

( Publicado: Quarta-feira, 30 de junho de 2010 por Renan Pereira )


A meta é desenvolver campanhas que foquem a sustentabilidade.
“Desenvolver projetos socioambientais que foquem a sustentabilidade concretizando ideias e ideais, visando a possibilidade de expansão da experiência para outros locais do Brasil e do mundo”. Esse é o objetivo do Projeto Ingá Sustentável, campanha instalada na cidade de Itu por meio do “Núcleo de Educação, Pesquisa e Prática em Sustentabilidade”.

“Dispomos de uma área com aproximadamente dois hectares e identificamos a possibilidade de compartilhar práticas sustentáveis através de ferramentas e práticas da gestão de projetos. Definimos como base os conhecimentos existentes e disponíveis sobre permacultura e agrofloresta, permanecendo abertos para agregação de novas práticas e conhecimentos de outras entidades, profissionais e civilizações”, explica Gabriel Galvão Menezes, um dos coordenadores do projeto.
Uma das principais metas do Ingá Sustentável é planejar, projetar e construir uma propriedade rural integrada, sustentável e produtiva, compreendendo a produção orgânica e intensiva de alimentos; além da utilização e transformação de energias renováveis e a padronização de métodos para multiplicação em outras realidades. “Neste sentido nos tornaremos um espaço aberto para visitação, realização de cursos, palestras e eventos para qualquer grupo ou indivíduo interessado”, esclarece Menezes.
Para direcionar e validar tecnicamente o projeto, o comitê técnico conta com profissionais das áreas de agronomia, arquitetura, engenharia civil, gestão de projetos e pedagogia. Para isso, a campanha conta com uma série de instituições: Síntese Consultoria e Gestão de Negócios Ltda, Future Trends, Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CAD/Itu), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI/SP), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie e Defesa Civil do Município de São Paulo.
A partir da conclusão do Projeto Ingá Sustentável (prevista para novembro de 2010) o “Núcleo de Educação, Pesquisa e Prática em Sustentabilidade” dará início às suas atividades que, dentre outras, terá como características a função de ser um espaço educativo multi e interdisciplinar, demonstrando diferentes técnicas e tecnologias em diferentes níveis, tais como:
> Disposição inteligente dos elementos dentro de uma área;
> Habitação sustentável e ecológica;
> Aproveitamento da luz solar;
> Captação e armazenamento de água da chuva;
> Separação de resíduos;
> Compostagem de resíduos orgânicos;
> Policultivo agrícola intensivo;
> Horta mandala;
> Plantas medicinais e aromáticas;
> Cultivo em terraças;
> Uso racional da água;
> Energias renováveis;
> Método para reaplicação.


Fonte: Portal Itu.com.br

Atum azul sob ameaça na Europa




Um olhar para o passado tenta salvar o atum azul (Thunnus Thynnus) de desaparecer das águas que banham o continente europeu. Este peixe é uma espécie importante para o comércio na região e sua atividade pesqueira existe há pelo menos 100 anos. Um estudo History of Marine Animal Populations, de 2007, apontou que lá no norte da Europa a abundância do atum era enorme no início do século XX. E ainda na primeira metade do século, entre as décadas de 30 e 40, o comércio pesqueiro desta espécie passou a se industrializar, e aumento sensivelmente sua produção. A conclusão é triste. Já nos anos 70 era raro encontrar o atum azul nas águas do norte europeu. O alerta foi dado e os cientistas esperam que com esta medida possam gerar esforços futuros para que além do atum azul, outras espécies de peixes tenham a conservação que merecem para continuarem a nadar em seus habitats, sem o perigo da extinção. ( Créditos: www.coml.org/divulgação )

Como salvar o atum-azul
O atum-azul é um peixe magnífico. Pode chegar a 4 metros de comprimento, pesar 700 quilos, nadar à velocidade de 70 quilômetros por hora e viver quarenta anos. Sua carne vermelha, macia e saborosa, fez dele o pescado mais apreciado da culinária japonesa. A dúvida é se o atum-azul sobreviverá à globalização do sushi e do sashimi. Estima-se que a pesca predatória tenha reduzido o estoque desse peixe a somente 10% do existente há cinco décadas. Nesse ritmo, segundo alguns cálculos, o atum-azul pode estar extinto em apenas cinco anos. É quase certo que, quando for atualizada em março, a Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção inclua o atum-azul na lista das espécies ameaçadas. O efeito prático dessa medida, que tem o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia, seria a imposição de uma moratória de dois anos na pesca. Nada disso garante a sobrevivência do atum-azul.

Entre a captura e a venda, o comércio de atum-azul movimenta um volume impressionante de 1 bilhão de dólares por ano. Só existe uma forma reconhecida de preservar uma espécie marítima e, ao mesmo tempo, manter o mercado abastecido: sua criação em cativeiro. Foi o que salvou o salmão. Hoje, dois terços do consumo mundial saem de fazendas aquáticas, reduzindo a pressão sobre o estoque de salmão na natureza. O que impediu até agora que o mesmo fosse feito com o atum-azul foi seu comportamento, muito mais complexo que o de outras espécies criadas em fazendas. Para começar, ele vive em migração permanente. Ao contrário da maioria dos peixes, o atum-azul precisa nadar constantemente (inclusive quando está dormindo) para respirar pelas guelras. Estima-se que cada cardume viaje 10 000 quilômetros por ano. O peixe também é exigente com a alimentação. Não aceita ração e só come alimentos vivos, como sardinha, e em grande quantidade. São 20 quilos de peixes menores para cada quilo de seu próprio peso. Em comparação, o salmão come um décimo dessa proporção.

Já existem fazendas de engorda desses peixes capturados bem jovens. Mas só em 2009, finalmente, depois de quatro décadas de pesquisas, surgiu uma técnica promissora para reproduzir o atum-azul em fazendas. Com a ajuda de cientistas japoneses da Universidade Kinki, o principal centro de pesquisas do atum-azul, a empresa australiana Cleanseas montou tanques que conseguem simular, com motores e luzes, as condições de vida de cada faixa etária do peixe. "Na época em que a espécie vai para os trópicos, a temperatura da água aumenta e o sol nasce mais cedo. A velocidade da corrente marítima também muda conforme a latitude", disse a VEJA Hagen Stehr, CEO da Cleanseas. A técnica para induzir peixes adultos a se reproduzir por meio de tratamento hormonal também foi desenvolvida pelos japoneses de Kinki. O primeiro resultado experimental, obtido em março, foi um sucesso: recolheram-se 50 milhões de ovos. Se cada um deles resultasse em um peixe adulto, haveria o suficiente para suprir a demanda mundial por onze anos. A segunda desova está prevista para janeiro. Desta vez, os alevinos serão criados nos tanques com simulação de uma migração. Quando estiverem próximos à fase adulta, eles serão levados para tanques-rede nos oceanos até a hora do abate. A expectativa da empresa é já dispor de 250 000 peixes em 2015 – volume equivalente a toda a produção da Austrália no ano passado.

Se der certo, pode ser a salvação desse animal, cujas rotas de migração no Mar Mediterrâneo (seu principal habitat) e nos oceanos Pacífico e Atlântico são bem conhecidas pelos pescadores. Como os cardumes são localizados com a ajuda de satélites, aviões e aparelhos de sonar, o atum-azul não tem chance de escapar de seus predadores humanos. De cada 10 quilos pescados, 8 vão para o Japão. "O peixe tem uma consistência amanteigada e um sabor incomparável", elogia Shigeru Hiranu, dono de um restaurante em São Paulo. Um peixe relativamente pequeno, de 40 quilos, vale 4 000 dólares no leilão realizado diariamente em Tóquio. Em 2001, um atum-azul de 200 quilos foi vendido por 220 000 dólares, o maior valor já pago por um peixe. No Brasil, contam-se nos dedos os restaurantes com a iguaria no cardápio. Aqui, são utilizadas outras quatro espécies de atum: albacora-bandolim, atum-branco, atum-amarelo e albacorinha. Por não viverem em águas frias como o atum-azul, essas espécies não têm o alto teor de gordura que dá sabor ao peixe. A prova mais clara dessa diferença é o preço: o atum-branco, mais comum no Brasil, custa menos de 10 reais o quilo. ( http://planetasustentavel.abril.com.br )






Fontes imagens : Greenpeace e http://sheric.ru/fish/t.html

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

“Surfe nas Ondas da Sustentabilidade”( Via Ecosurfi )

Saudações a todos (as),
Segue o informe sobre a palestra que realizaremos nesse sábado.
Contamos com a presença de todos e todas !!!
Aloha

>>> Praia Grande / SP recebe no próximo sábado (07) palestra sobre o movimento que está encorajando parcerias para criação da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente

Dentro da programação oficial da I Mostra de Surf Arte e Meio Ambiente que está acontecendo desde o último dia 23 de julho no Palácio das Artes em Praia Grande, a Ecosurfi vai realizar mais uma palestra que faz parte da etapa de mobilização do Movimento Surfe Sustentável, que a organização vem articulando no litoral paulista desde o ano passado.

O tema da apresentação vai debater a perspectiva do “Surfe nas Ondas da Sustentabilidade”, e abordará os quatro eixos de atuação do movimento: Protagonismo dos surfistas, surfe e gestão costeira, cultura surfe e consumo, surfe, juventude e meio ambiente.

Local: Palácio das Artes
Horário: das 16h ás 17:30hs
Cidade: Praia Grande/SP
End.: Avenida Costa e Silva, 1.600 (em frente à Rotatória A Tribuna)

A participação na palestra é gratuita.

Para saber mais entre em contato:
Ecosurfi: (13) 3426 8138 / 9751 0332 / 8134 2742 ou pelo e-mail: surfsustentavel@ecosurfi.org

A primeira fase do movimento Surf Sustentável conta com o apoio: Associação Ubatuba de Surf, Prefeitura Municipal de Ubatuba, Rede das Agendas 21 do Litoral Norte, Prefeitura de Ilha Comprida, SOS Mata Atlântica - Programa Costa Atlântica, Greenpeace – Campanha Oceanos, IBRASURF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento do Surf, Projeto Cine Surf, WWF - Brasil e I Mostra de Surf Arte e Meio Ambiente.

São parceiros estratégicos do programa a Aliança por um mundo Responsável, Plural e Solidário e a Global Garbage.

Maiores informações: www.ecosurfi.org – www.surfsustentavel.org

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sistema vai monitorar qualidade da água dos principais rios do Brasil

Sistema vai monitorar qualidade da água dos principais rios do Brasil

Conama definirá logística reversa de embalagens de óleo automotivo ainda em 2010

O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) anunciou que concluirá até o final de 2010 a resolução que trata do gerenciamento das embalagens usadas de óleos lubrificantes de veículos, definindo normas e metas para a reutilização desses produtos.

A minuta da resolução será submetida à apreciação da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos e pela Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos, e em seguida ao plenário do Conama.

A preocupação dos conselheiros é checar a adequação do trabalho já realizado à nova política que deverá ser sancionada pelo presidente nos próximos dias.

"Neste momento em que aguardamos a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos, neste ano em que o Conama completa sua centésima reunião ordinária e neste momento em que o Brasil apresenta índice de crescimento semelhante à China, essa resolução que está em debate é muito representativa", disse o diretor do Conama, Nilo Diniz. "Desenvolvimento significa riqueza, inclusão social, mas também significa lixo", completou.

A apreciação pelas Câmaras Técnicas pode demandar mais tempo do que o Conama espera, porém o grupo acredita que a resolução seja aprovada ainda em 2010.

Segundo Diniz, a capacidade técnica dos representantes da indústria no conselho evidencia que o setor está cada dia mais responsável pelo destino de seus produtos.

"Esse é um novo mercado", afirmou o coordenador do GT, Ricardo Lopes Garcia, especialista em Resíduos Sólidos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

"Tem interesses econômicos, de preservação ambiental e de gerenciamento desses resíduos, que no Brasil não tem controle. E essa resolução vai servir de modelo para outras embalagens", continuou.

Para o representante Fiesp no Conama, a expectativa da indústria é que se atinja o máximo de reciclagem, apesar do percentual de reaproveitamento depender da resolução que está em discussão.

"[A resolução] obrigará todos os entes da cadeia produtiva a trabalharem em conjunto, fazendo um acordo para gerenciar esse material", afirmou o representante das indústrias, considerando que o texto está adequado à Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Fonte: Revista Sustentabilidade

Florestas Saqueadas - Autor: Paulo Roberto Moraes


A quest�o ambiental vem ganhando import�ncia no mundo inteiro, n�o somente pela preocupa��o com a qualidade da vida humana como tamb�m pelas potencialidades econ�micas dos recursos naturais de cada pa�s.

Nos �ltimos anos, com os avan�os da engenharia gen�tica e da biotecnologia, o pre�o da vida silvestre tornou-se incalcul�vel para as grandes corpora��es multinacionais, que buscam em determinados ambientes as matrizes para muitos de seus produtos, as quais, depois de alteradas geneticamente, s�o comercializadas por valores elevad�ssimos.

Entre essas regi�es, as florestas tropicais assumem especial relev�ncia na medida em que cont�m a maior biodiversidade do planeta e possuem muitas �reas quase desconhecidas. Nesse quadro, nosso pa�s ganha destaque especial, principalmente por abrigar a impressionante Floresta Amaz�nica. O n�mero inigual�vel de esp�cies de plantas, peixes, anf�bios, p�ssaros, primatas e insetos, muitos deles ainda n�o descritos nem estudados pela ci�ncia, inclui o Brasil num seleto grupo de pa�ses not�rios por sua megadiversidade biol�gica. Detentor de 23% da biodiversidade do planeta, de acordo com c�lculos do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), o Brasil conta com um patrim�nio gen�tico estimado em 2 trilh�es de d�lares.

Em raz�o dessa imensa riqueza, nosso pa�s e outras na��es privilegiadas em biodiversidade passaram a ser alvo da a��o da biopirataria, praticada principalmente por grandes conglomerados transnacionais. Eles levam, sem autoriza��o, elementos da fauna e da flora nativas para o estrangeiro, com fins industriais ou medicinais, sem nenhum pagamento ao pa�s produtor ou � popula��o local, que muitas vezes j� conhece as propriedades curativas de esp�cies subtra�das. Assim, usado pela primeira vez em 1993, o termo biopirataria � mais do que contrabando. � a apropria��o e monopoliza��o de conhecimentos mais tarde patenteados em �mbito internacional, sem que as comunidades locais tenham direito � participa��o financeira com essa explora��o.

Riquezas roubadas
A lista dos pa�ses alvo da biopirataria � grande. Madag�scar, Qu�nia, Senegal, Camar�es, �frica do Sul, Zaire, Brasil, Guiana, Peru, Argentina, Venezuela, Paraguai, Bol�via, Col�mbia, R�ssia, Tanz�nia, Indon�sia, �ndia, Vietn�, Mal�sia e China.Calcula-se que esse com�rcio ilegal movimente cerca de 10 bilh�es de d�lares por ano. O Brasil responde por 10% desse tr�fico, que inclui animais e sementes. Segundo o Parlamento Latino-Americano, mais de 100 empresas fazem bioprospec��o ou biopirataria no Brasil.

Calcula-se que cerca de 40% dos rem�dios sejam oriundos de fontes naturais, sendo 30% de origem vegetal e 10% de origem animal e microorganismos.

Grande parte do princ�pio ativo dos hipertensivos (medicamentos prescritos contra press�o alta) � retirada do veneno de serpentes brasileiras, como, por exemplo, a jararaca.

O Brasil possui um imenso potencial gen�tico a ser explorado. Estimase que seu patrim�nio vegetal represente cerca de 16,5 bilh�es de genes. Sendo t�o rico em subst�ncias biologicamente ativas, tornou-se, comprovadamente, alvo de biopiratas. As den�ncias de casos de pirataria gen�tica s�o freq�entes. Elas envolvem institui��es oficiais de ensino e pesquisa, cientistas e laborat�rios estrangeiros que saem daqui levando riquezas biol�gicas, para posteriormente registrar patentes e gozar de vantagens econ�micas obtidas � custa de produtos gerados com nossas plantas e animais.

Cerca de 70% da biopirataria praticada no Brasil � feita por institui��es filantr�picas, que entram em nosso territ�rio alegando a inten��o de promover o atendimento a popula��es carentes e remetem clandestinamente material gen�tico, in natura e em grandes quantidades, principalmente para Estados Unidos, Inglaterra, Fran�a, Alemanha, Su��a e Jap�o. O restante da retirada irregular � praticado por institui��es cient�ficas legalmente instaladas. Apesar de o volume exportado ser menor, o dano por elas causado � maior, pois a alta tecnologia que aplicam nas pesquisas realizadas aqui mesmo permite o envio, para suas sedes, de material j� sintetizado.

Retirar material biol�gico clandestinamente de um pa�s n�o exige muita criatividade. Existem diversas maneiras de esconder fragmentos de tecidos, culturas de microorganismos ou min�sculas sementes sem a necessidade de grandes aparatos.

Mas geralmente a a��o mais flagrada � o tr�fico de animais silvestres.

Na Eco-92, a Conven��o da Biodiversidade deu origem ao documento Estrat�gia Global para a Biodiversidade. O combate � biopirataria prev� o pagamento de royalties pelas empresas que fizerem pesquisas ou explorarem a fauna e/ou a flora num pa�s estrangeiro e a transfer�ncia de tecnologia e informa��es para o pa�s detentor da �mat�ria-prima� biol�gica. Esses dois pontos v�o contra os interesses dos grandes conglomerados farmac�uticos, que se op�em � assinatura de qualquer acordo ou tratado nesses termos. Os pa�ses ricos, liderados pelos EUA, alegam que os seus gastos com pesquisas nem sempre se transformam em produtos rent�veis. Em outras palavras, afirmam que investem muito na procura de novas subst�ncias e que apenas uma ou outra resulta em fonte de lucro.

Proteger legalmente o patrim�nio biol�gico em pa�ses pobres � uma batalha sem fim. Carentes de tecnologia, mas detentores de cobi�ada fauna e flora, como essas na��es podem pressionar as megacorpora��es de pa�ses ricos e desenvolvidos?

Mais um motivo para que o uso sustent�vel da biodiversidade seja uma das maiores preocupa��es da sociedade moderna, que, adquirindo maior consci�ncia da import�ncia estrat�gica da preserva��o da biodiversidade, deve exigir dos governos posturas coerentes para a prote��o ambiental e para a explora��o dessa riqueza.


Paulo Roberto Moraes � doutorando em Geografia F�sica pela USP. Professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo, do curso Anglo Vestibulares e autor de livros did�ticos e paradid�ticos.

Parque americano e floresta de Madagáscar entram em lista de ameaçados


Um comitê das Nações Unidas adicionou à sua lista de patrimônios ameaçados o Parque Nacional Everglades, na Flórida (EUA), e a floresta tropical de Madagáscar.

O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) informou que o desenvolvimento agrícola e urbano na região dos Everglades levou a uma queda de 60% no fluxo de água naquela região pantanosa, importante santuário de vida selvagem. Segundo o comitê, a poluição no parque nacional está tão alta que já está matando a vida marinha.

É a segunda vez que o Everglades, lar de 20 espécies ameaçadas, foi adicionado à lista. Os pântanos foram considerados “em risco” pela primeira entre 1993 e 2007 após serem devastados pelo furacão Andrew.

“Elogiamos o pedido dos EUA para reinscrever o sítio na lista e seus planos para uma grande mudança na infraestrutura a fim de restaurar o frágil ecossistema dos pântanos”, disse Mariam Kenza Ali, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

Em um encontro no Brasil, o painel da Unesco informou que o parque Everglades foi incluído na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo a pedido do governo dos EUA devido a “uma séria e contínua degradação de seu ecossistema aquático”.

As florestas de Madagáscar, por outro lado, sofrem com desmatamento e caça ilegais. O problema aumentou após o golpe militar no país no ano passado.

As florestas de Atsinanana, que ficam dentro de seis parques nacional no leste da ilha, foram incluídos na lista por causa da ameaça às raras espécies que habitam a região, especialmente primatas e lêmures.

“Ao adicionar o local à lista de sítios ameaçados, estamos pedindo uma ação internacional para suspender a atividade madeireira ilegal e para assegurar que nenhuma madeira preciosa de Madagáscar entre nos mercados nacionais”, disse Tim Badman, chefe de Patrimônio Mundial da IUCN.

No encontro da Comitê do Patrimônio Mundial houve também sítios retirados da lista. As Ilhas Galápagos foram removidas na quinta-feira. Segundo o comitê, o Equador mostrou progresso na proteção do ecossistema do arquipélago. (Fonte: Folha.com ; imagem: flickr.com)

Mesmo verde na seca, Amazônia sofre com mudança de clima

Pesquisadores do Brasil e dos EUA acabam de confirmar que a Amazônia ficou mais verde durante a seca recorde de 2005. Mas isso não quer dizer que a floresta seja mais resistente às estiagens do que se imaginava: mesmo com o esverdeamento, a morte generalizada de árvores pode ocorrer.

O novo estudo, publicado nesta segunda-feira no periódico "PNAS", tenta resolver uma aparente contradição: pesquisas anteriores que avaliaram como a maior floresta tropical do mundo suportaria as secas mais frequentes -- resultado previsto das mudanças climáticas -- tinham conclusões opostas.

Em 2007, uma análise de imagens de satélite publicada na revista "Science" por um grupo americano mostrou, para espanto geral, que a Amazônia ficara mais verde após a seca. A explicação dos cientistas foi que a estiagem aumentava a quantidade de luz solar disponível para a fotossíntese. Isso seria uma boa notícia: a floresta, afinal, teria mecanismos para se proteger do aquecimento global.

No ano passado, outro grupo americano afirmou que, ao contrário, a floresta deixara de sequestrar 1 bilhão de toneladas de carbono por causa da mortandade de árvores induzida pelo desastre natural de 2005. Esse estudo batia com previsões de que o aquecimento global induziria um colapso da Amazônia, com a consequente emissão de grandes quantidades de CO2 para a atmosfera.

TIRA TEIMA

No novo estudo, o biólogo Paulo Brando, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e da Universidade da Flórida, analisou imagens de satélite e dados meteorológicos de 280 pontos em toda a Amazônia para tirar a teima.

Ele e seus colegas descobriram que, sim, o esverdeamento aconteceu. Mas, não, o aumento na quantidade de radiação solar provavelmente não tinha nada a ver com isso.

Segundo Brando, o que explica melhor o esverdeamento amazônico é a produção de folhas novas pelas árvores, curiosamente induzida pela seca. "Ela causou uma sincronização do aparecimento de folhas novas", disse o pesquisador à Folha.

Por outro lado, medições feitas no campo do carbono efetivamente sequestrado pelas plantas (ou seja, o que elas fixam pela fotossíntese menos o que perdem pela respiração) mostraram de fato uma queda, devido ao aumento na mortalidade de árvores e na taxa de respiração devido às temperaturas mais altas.

"Você pode ter vários mecanismos operando ao mesmo tempo", afirmou Brando. "Nossa contribuição é mostrar que não se pode tirar nenhuma conclusão forte sobre a Amazônia usando só imagens de satélite."

Fonte: Folha.com