quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas é o novo projeto desenvolvido pelo Centro de Pesquisa do Pantanal e instituições parceiras
Uma nova abordagem da pesquisa científica sobre áreas úmidas começa a ser desenvolvida pela rede de instituições parceiras do Centro de Pesquisa do Pantanal, CPP, a partir deste ano. Através da criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas, o INCT Áreas Úmidas (ou INAU), pesquisadores de Mato Grosso , Mato Grosso do Sul, além de outras regiões do Brasil e do exterior, pretendem elaborar um sistema para o levantamento e a classificação de áreas úmidas, contribuindo, desta forma, para a elaboração de políticas públicas para a conservação e o manejo sustentável destes importantes biomas. “O Pantanal, por exemplo, tem a denominação de área úmida porque passa parte do tempo alagado e parte do tempo seco, como consequência de pulsos de inundação. O estudo integrado da fase seca e da fase aquática é uma abordagem relativamente nova nas pesquisas sobre essas áreas. Nosso objetivo é produzir conhecimento levando em conta a realidade do Pantanal como planície alagável e não retratos específicos de momentos de seca ou inundação”, explicou o Prof. Wolfgang Junk, coordenador do INCT Áreas Úmidas.
Traçar um panorama tão completo exige, desde já, uma preparação específica dos pesquisadores que fazem parte dos laboratórios associados ao INCT. Parte deles vai passar esta semana reunida em Cuiabá para discutir os ajustes das propostas que serão desenvolvidas. “O Pantanal, uma das áreas úmidas mais estudadas pelo nosso grupo até o momento, não pode ser visto como uma coisa só. Ele tem diferentes habitats e é preciso estudá-los em toda sua complexidade, além de pesquisar a inter-relação entre eles”, afirmou Wolfgang Junk.
Entre os aspectos que serão estudados estão clima, hidrologia, química da água e dos solos e as diferentes unidades de vegetação, ocorrência e adaptação de animais a estes habitats, além do seu manejo sustentável. “Nossa finalidade será fazer a caracterização ecológica e apresentar recomendações de manejo sustentável para que as pesquisas tenham realmente impacto social”, completou Wolfgang Junk.
O INCT Áreas Úmidas vai reunir 170 doutores de 7 instituições do Brasil e 4 do exterior. O apoio será do CNPq, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que vai destinar uma verba de R$ 7,2 milhões para o projeto. “No momento, estamos apenas aguardando a finalização do convênio com o Conselho. Esse financiamento é muito importante pois vai garantir a plena realização dos trabalhos”, disse o Prof. Paulo Teixeira de Sousa Jr., vice-coordenador INCT. “O governo do estado de Mato Grosso também deverá investir no projeto, por meio da Fapemat, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado, com uma contrapartida de R$ 1,8 milhões”, completou Teixeira.
Cerca de 37 projetos já estão em análise e alguns pesquisadores já estão trabalhando com recursos próprios, provenientes de outras fontes. “Além disso, estamos com a primeira publicação do INCT Áreas Úmidas em fase de edição. A publicação reúne as informações já existentes sobre os habitats do Pantanal. Ela servirá como espinha dorsal para os trabalhos do Instituto”, revelou Wolfgang Junk, adiantando que a entidade exigirá dos laboratórios associados um grande esforço para a publicação das pesquisas como forma de disseminar, a cientistas e não cientistas, os conhecimentos produzidos pelo INCT.
Fonte: Studio Press Comunicação .
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Investimento em pesquisa, sempre é um bom investimento; relacionado ao meio ambiente, melhor ainda na situação que nos encontramos atualmente.
ResponderExcluirRosane
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