sábado, 20 de março de 2010

Altas apostas no Cerrado

O Ministério do Meio Ambiente apresentou dia 16 de março sua proposta de plano de combate à destruição do Cerrado. Uma prévia passou por consulta pública no ano passado, mas o documento foi alterado com a inclusão do bioma no conjunto das metas de redução de emissões que o país apresentou às Nações Unidas. O sucesso do plano depende de mais debates internos no governo e de forte injeção de recursos, federais e estaduais. Com tudo na mão, metas para cortes de emissões do Cerrado podem ser antecipadas em oito anos.

As propostas oficiais incluem: abrir espaço para o Cerrado na resolução do Banco Central que vincula a concessão de créditos rurais a quem está em dia com a legislação ambiental e fudiária, como já foi feito para a Amazônia; ter uma política de preços mínimos para frutos como mangaba, baru e buriti; dar atenção especial a uma lista de municípios, com foco nos que mais desmatam; e decretar prazo até 2013 para que a indústria use apenas carvão vegetal com origem certificada, algo já previsto no Código Florestal. As iniciativas pretendem dar novo fôlego e roupagem a um programa para o Cerrado lançado em 2005, na gestão Marina Silva, que nunca decolou.

Uma primeira versão do plano para tentar salvar o que resta do segundo maior bioma do país ficou 40 dias em consulta pública no fim do ano passado, e foi levado em seguida a debates com sociedade civil, academia e órgãos federais. Mas a inclusão do bioma no pacote de metas climáticas apresentado às Nações Unidas em janeiro mudou as regras do jogo, ampliando o leque de projetos para o Cerrado, que já perdeu quase metade de sua vegetação original para o desmatamento calcado na expansão da soja, gado, carvoejamento, cana-de-açúcar, mineração e urbanização.

As ações para proteção do Cerrado vão se concentrar em uma série de municípios refinados pelo governo, onde o desmatamento é mais intenso, em áreas ricas em nascentes que abastecem bacias de grandes rios nacionais e onde a biodiversidade está mais ameaçada . "Não teremos apenas ações repressivas, também incentivos econômicos para quem produzir com respeito à lei, desoneração para produção de carvão vegetal certificado, assim como foi feito para a linha branca de eletrodomésticos, equipamentos eólicos e material reciclado", disse o ministro.

Mais detalhes no link:
http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/23652-altas-apostas-no-cerrado

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