sexta-feira, 8 de maio de 2009

Reciclagem já é realidade e política social


Sociedade reciclada: reaproveitamento virou realidade


POR LEILA SOUZA LIMA, RIO DE JANEIRO - Jornal O Dia.
Imagem: http://www.ager.mt.gov.br
Hábitos ecológicos deixaram de ser uma opção alternativa para se tornar, definitivamente, política pública e social. O lixo ganhou destaque nas preocupações da sociedade e do governo. Enfim. Mais que problema urbano, o material que seria descartado assumiu destaque na economia. O aproveitamento de materiais recicláveis representa sustento para milhares de famílias brasileiras, gerando renda e dignidade. Os símbolos das caixas de coleta, hoje, são reconhecidos até por crianças — fazem parte da rotina estudantil.


Cristiano de Paula, educador ambiental da ONG Guardiões do Mar, em São Gonçalo, mostra a diferença do trabalho organizado de catadores. Ex-lixo vira fonte de rendaEscolas organizam coletas de lata e garrafas pet que se transformam em material didático. Os condomínios mobilizam funcionários e moradores para a coleta seletiva. Os amassadores de latas de alumínio deixaram de ser acessório de bares e restaurantes e chegaram às casas, vendidos nas prateleiras de supermercados.

A ONG Guardiões do Mar, que atua no Rio de Janeiro, abraçou a proposta de educação ambiental e hoje tem atuação importante na indústria da reciclagem. Há cooperativas de catadores e de recicladores que deixaram de ser associadas à pobreza e alvo fácil de intermediários, que se valiam do esforço da coleta para concentrar os ganhos.

Para Cristiano de Paula Conceição, educador ambiental da ONG Guardiões do Mar, a consciência ambiental deve ser trabalhada desde cedo. “A educação desde a infância forma agentes transformadores. Muitos meninos e meninas crescem sem perspectivas de vida, por isso não conseguem valorizar o meio ambiente. Quando recebem educação nessa área, associada à ideia de que podem se beneficiar disso, eles se tornam responsáveis pela causa, que, na verdade, é a garantia do futuro deles”.

Na esfera governamental, o Decreto Presidencial nº 5.940, de 2006, determinou que resíduos recicláveis descartados pela administração pública federal direta e indireta devem ser destinados a associações e cooperativas. Sem custo, só ganho social: em todo o País, a reciclagem de retornáveis e descartáveis já aumentou a renda de catadores organizados em cooperativas de R$ 111, em 2006, para R$ 465 (pelo menos um salário mínimo) este ano. Para a maioria, é a porta de acesso à cidadania.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou que vai investir R$ 7,4 bilhões em 11 cooperativas de catadores este ano — recursos do Fundo Social e serão destinados à inclusão social dos trabalhadores.

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