O presidente das Maldivas, país localizado no Oceano Índico e que teme ser inundado por causa do contínuo aumento do nível do mar, criticou os países ricos por fazerem pouco para frear as mudanças climáticas.
Mohamed Nasheed afirmou que o dinheiro que está sendo oferecido os países mais vulneráveis é como "chegar a um local em que houve um terremoto com uma pá de lixo e uma vassourinha".
As declarações críticas foram feitas durante uma reunião de dois dias entre os países que correm mais riscos por causa do aquecimento global, realizada na Ilha de Bandos, nas Maldivas.
As críticas abertas aos países membros do G8 vieram do líder de um país com localização tão baixa que um aumento no nível do mar ameaça submergir a maior parte de seu território até 2100.
As Maldivas estão apenas 2.1 metros acima do nível do mar. O governo do país afirma que as ilhas poderão enfrentar um desastre caso o nível do mar aumente.
O presidente Nasheed afirmou que os países ricos prometeram evitar que a temperatura mundial aumente em 2ºC, mas não se comprometeram com os objetivos firmados para alcançar este índice.
Derretimento
Mesmo com o aumento de apenas 2ºC na temperatura, o presidente Nasheed afirma que "perderíamos os recifes de coral... a Groenlândia derreteria, e... meu país estaria no corredor da morte".
"Não posso aceitar isso", acrescentou.
Mohamed Nasheed afirmou no início do ano que seu país vai neutralizar as emissões de carbono dentro de dez anos com o uso de fontes de energia completamente renováveis como a solar e a eólica . As Maldivas querem que os países que participam dessa reunião sigam seu exemplo.
A reunião nas Maldivas contou com a participação de cerca de dez países vulneráveis às mudanças climáticas de várias maneiras - países africanos ameaçados pela desertificação, países montanhosos cujas geleiras estão derretendo, grandes países asiáticos afetados por enchentes e tufões e outras pequenas ilhas com ameaças semelhantes às que as Maldivas enfrentam.
O presidente afirmou ainda que este bloco de países em desenvolvimento poderá mudar o resultado da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) em Copenhague, na Dinamarca, tornando "moralmente difícil" aos países ricos que não tomem providências.
Fonte: http://g1.globo.com
terça-feira, 10 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Arquitetura ecológica no litoral do Piauí, um exemplo de Thothe Ibiapina
Integradas com a Natureza, arquitetura de Thothe se destaca no litoral do Piaui, em Barra Grande. Paredes de terra crua, madeira de reflorestamento, tetos de palha, banheiros a céu aberto, varandas com piso de areia e materiais regionais na decoração. Estas são apenas algumas das criativas soluções que estão sacudindo os conceitos tradicionais da arquitetura na atualidade.
Estes materiais pertencem a um modelo diferente de construir e projetar moradias, em que o mais importante é, além de preservar o conforto interior da obra, respeitar ao máximo a natureza. “Projetar, produzir e consumir de forma consciente contribui para o presente e o futuro do planeta”, afirma Tothe Ibiapina, profissional que há mais de 20 anos trabalha com arquitetura ecológica.
O arquiteto explica que a arquitetura ecológica tem como foco principal o conforto e bem-estar das pessoas através da adaptação da construção ao ambiente local. “Concepção ecológica é a utilização de técnicas, materiais e tecnologias menos agressivas antes, durante e depois da obra. Uma construção planejada para usufruir dos recursos locais e reduzir os impactos ambientais”, esclarece.
Mais do que uma técnica, a construção ecológica é uma questão de conforto. “Utilizamos sempre os recursos tecnológicos quando os naturais não são suficientes”, elucida Tothe. “Mas o interessante é que a construção traga conforto para o usuário, usando o máximo possível dos recursos naturais em iluminação, ventilação e vegetação”, completa.
Presente nos estados do Piauí, Ceará e Bahia, a arquitetura ecológica tem atraído atenções e influenciado novas gerações de arquitetos. “Necessitamos sair dos padrões de repetição e de imitação para construir projetos inovadores e criativos. E a ecologia abre espaço para isso”, alega Tothe que por defender esta idéia é hoje referência para novos profissionais da área.
No vilarejo de Barra Grande é possível identificar grandes exemplos da arquitetura ecológica. “Barra Grande é meu poema. Lá consigo realizar meus sonhos, defender minhas linhas de trabalho, sem muito rebuscado; banheiros com jardins abertos proporcionando contato com o céu, varandas de areia, mais espaços iluminados e ventilados naturalmente. Enfim, meu retorno às origens, sem querer desmerecer outras construções urbanas lindíssimas”, argumenta Tothe.
Para Tothe, a arquitetura ecológica se inicia no processo de conscientização das pessoas. Para conseguir este objetivo, o arquiteto afirma que o primeiro passo é internalizar nos participantes do processo de planejamento, construção e habitação, os conceitos ecológicos. “Não é copiar, mas criar a partir da compreensão dos materiais locais, observando sempre o funcionamento da natureza”, assegura.
Pensar o espaço construído só é possível com o entendimento do espaço natural. “Ao contrário do que se imagina a arquitetura ecológica não é um retorno às soluções primitivas, mas sim a conjugação de recursos tecnológicos e naturais, sem ferir o ambiente e sem desperdiçar materiais”, diz.
Essa questão é absolutamente essencial ao trabalho de um arquiteto. Ao entender o que acontece no espaço natural é possível projetar o futuro e medir suas conseqüências. Afinal é no futuro que existe a obra construída, assim como o impacto causado por ela.
Tothe Ibiapina nasceu em Teresina, estudou em Salvador e passou parte de sua vida no Rio de Janeiro. Atualmente residir em Parnaíba,, mas sempre que pode, usa todas as folgas para se refugiar no Vilarejo de Barra Grande. “Descobri a necessidade de trabalhar com os materiais oferecidos pela natureza, quando tive a oportunidade de passar uma temporada no Morro da Mariana – Ilha Grande de Santa Isabel, no fim da década de 70 e, lá convivendo com os nativos despertei para a situação de respeito pelo meio ambiente”, revela o arquiteto.
Seus projetos abrangem desde considerações acerca das condições climáticas até preocupações bem atuais, estratégias de proteção da biodiversidade, paisagismo ecológico e toda gama de trabalhos sobre o impacto do desenvolvimento urbano no ecossistema de uma determinada região.
O poder de conscientização do arquiteto é tão grande que ele divide o sucesso do seu trabalho. “Trabalhos não são somente meus! São dos amigos que acreditam na idéia, da comunidade que aceita conviver comigo e dos meus operários primitivos que, são meus professores”, fala. Uma tecnologia bastante utilizada pelo arquiteto é a taipa, um modo de construção secular e simples, que usa terra crua em vez de tijolos.
“Utilizo devido a sua elevada resistência, beleza e durabilidade”. Neste contexto, a construção de taipa de mão, coberta com palhas, renasce admirada e procurada por pessoas com consciência ambiental. “O mercado e a sociedade em geral estão cada vez mais exigindo dos profissionais uma atitude de maior respeito ao meio ambiente”.
A taipa é uma tecnologia simples que consiste no preenchimento de um entrançado de madeira ou bambu, com terra. “Quando as paredes estão prontas, é só fazer o reboco das paredes e dar uma boa pintura para revelar a beleza”, ensina. “Antes, nos viam como profissionais pitorescos, alternativos. Agora, nosso trabalho está sendo valorizado”, comenta Tothe Ibiapina.
Há por todo o mundo exemplos de construções feitas em taipa, a própria muralha da China, símbolo da solidez, é taipa, serviu a construções no Egito, na Mesopotâmia, há séculos. “A taipa é um material apaixonante. Tem uma nobreza histórica. As reforçadas casas e igrejas coloniais brasileiras foram feitas assim. A casa de taipa nasce do chão, vem da natureza, é construída com o material que está ali”
A arquitetura ecológica demonstra que respeitar a natureza e viver bem é perfeitamente possível. Claro que ninguém terá de morar em uma oca. Na verdade, trata-se de um resgate de técnicas construtivas tradicionais que utilizam materiais feitos basicamente de terra por isso, com praticamente nenhum impacto ambiental.
“Eu não inventei nada! Apenas adaptei o que os índios já usavam. Aproveitei a circunferência, a forma redonda da oca e aperfeiçoei com a tecnologia de usar o pilar no centro para sustentação, usando a engenharia, a física e a matemática para convergência da força. O resultado é uma obra diferente, mas o sentido é um só”.
As técnicas evoluíram e hoje, existem opções diversas de materiais e acabamentos que permitem um visual muito mais arrojado que antigamente além de maior durabilidade.
Basta conhecer melhor os materiais encontrados na natureza para iniciar a prática de arquitetura ecológica. "Existem madeiras que têm resistências naturais e não precisam de químicos.
“Todos os materiais são adequados desde que provenientes de processos sérios de extração de manejo sustentável e processos de transformação de baixo impacto”, observa. “Hoje, o material natural, renovável e biodegradável mais utilizado é a madeira nativa, reflorestada ou exótica, como a ata seca, piquiá e principalmente de eucalipto de reflorestamento”, confirma.
O eucalipto é uma espécie de madeira que vem ganhando cada vez mais adeptos entre os arquitetos. "Ela é ecologicamente correta, porque é uma árvore resultado do reflorestamento. Ou seja, pode ser retirada em menos de 15 anos depois de plantada. Ao contrário de madeiras amazônicas, como o mogno, por exemplo, que atingem a idade adulta só entre 25 e 30 anos", compara o arquiteta. "O melhor é que a exploração do eucalipto poupa espécies ameaçadas de extinção", diz.
Mais informações:
Arquiteto Tothe Ibiapiana: 86 9983 1233 / 86 3322 4032
Assessoria Claudia Bezerra: 86 9930 5336 / 8801 8152
Fonte:www.canalverde.tv
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